Como estamos em clima de carnaval e com tanta campanha para prevenir AIDS, fica o alerta também para os cães! Eles também tem doenças sexualmente transmissíveis (D.S.T.). Não são as mesmas que nós temos, mas deve-se ter cuidado com quem nossos amiguinhos cruzam. O raciocínio é sempre o mesmo: não se sabe com quem o parceiro/a cruzou antes.
Como eles não usam camisinha, a finalidade da monta é a reprodução deve-se estar atento para as principais doenças transmitidas pela reprodução:
1 Brucelose
2 Herpesvísrus Canino
3 Micoplasmose
4 T.V.T. (Tumor Venéreo Transmissível)
A inseminação artificial pode prevenir a disseminação dessas doenças. O macho não se contamina, mas a fêmea pode contrair doenças. Por isso deve exigir atestado sanitário do macho. Para Brucelose e Herpesvírus existem exames sorológicos, para micoplasmose o diagnóstico é feito através do agente e para o T.V.T. o diagnóstico é baseado nos sintomas e exame histológico.
Então se o seu amiguinho vai cruzar é importante ficar atento a essas doenças e caso seja castrado não deixe ele ficar se divertindo por aí! Eles podem até não se reproduzirem, mas podem contrair alguma dessas doenças! (Dra. Adriana Dausen Meyer ).
Brucella canis:
Transmissão:
As fêmeas caninas disseminam a doença para os machos pelo coito, para seus filhotes na hora no nascimento e para outros cães que entrem em contato com o material abortado. Os machos caninos podem disseminar a doença pelo sêmen e pela urina. A Brucella canis penetra no hospedeiro por qualquer membrana mucosa. Seres humanos também pode ser infectados pelos cães contaminados. Sintomas:
A brucelose dos cães é uma doença que muitas vezes pode passar desapercebida pelo proprietário. O animal pode se apresentar saudável e sem febre e estar servindo como fonte de infecção para outros cães e até para os humanos que convivem com ele. Nos casos em que há sintomas, estes podem ser: inflamação do órgão tubular localizado sobre cada testículo, dermatite escrotal e diminuição da fertilidade nos machos; endometrite e abortamentos nas fêmeas.
Tratamento:
O tratamento para brucelose canina é questionável pois o tratamento ou a cronificação da doença os resultados do teste sorológico tornam-se negativos, o que não significa a que o parasita deixe de estar presente nos tecidos.
Desta forma, é fundamental que o animal uma vez identificado como soro positivo para brucelose canina seja castrado para diminuir o risco de disseminação da doença. Mesmo assim, não se exclui completamente a possibilidade de que o animal permaneça como fonte de infecção para outros cães e pessoas que convivem com ele. Alguns veterinários indicam até o sacrifício do animal infectado.
Herpesvírus Canino
O Herpesvírus canino é de difícil diagnóstico. Costuma no adulto ocasionar uma doença respiratória do trato superior ou doença do aparelho genital , principalemte vaginite. Sinais oculares no adulto resume-se a conjuntivite transitória. Nos neonatos no entanto a doença desencadeia sintomatologia severa sistêmica com filhotes de poucos dias desenvolvendo hipotermia severa e sinais de envolvimento do sistema nervoso central . Os sinais oculares em neonatos incluem : Panuveítes , queratite , catarata , neurite do nervo ótico , atrofia do nervo ótico e displasia retinal.
Tratamento e prevenção
Uma vez diagnosticada a doença, o tratamento de filhotes com infecção sistêmica é frustrante em decorrência da progressão rápida e fatal da doença. Em alguns casos pode haver redução da mortalidade dos filhotes com a injeção intra-peritoneal (única) de 1 a 2 ml de soro obtido de fêmeas que tenham título de anticorpos contra o herpesvírus. Este tratamento empírico pode reduzir a perda de filhotes, mas seu sucesso é variável e dependente dos títulos de anticorpos da fêmea.
Outra medida auxiliar é a elevação da temperatura ambiental a 36.6 a 37.7oC, de modo a manter a temperatura dos neonatos entre 38.4 e 39,5oC. Testes realizados demonstraram que a elevação da temperatura dos neonatos reduziu a mortalidade quando submetidos à infecção experimental pelo herpesvírus. A elevação da temperatura corpórea do neonato reduz a replicação viral sistêmica, limitando ou reduzindo a infecção.
O tratamento com medicamentos antivirais mostrou-se ineficiente e poucos estudos foram realizados para demonstrar sua efetividade em ninhadas de cães infectados pelo herpesvírus. Um estudo demonstrou que o tratamento de 5 ninhadas com a vidarabina (um antibiótico nucleosídeo com propriedades antineoplásicas e atividade de largo espectro contra DNA-vírus, utilizado comumente em seres humanos contra o herpesvírus e o vírus varicela zóster), resultou em melhora e maior sobrevivência dos animais. No entanto, seu uso é limitado para a prática clínica veterinária.
A imunização deve ser considerada uma prática viável para ser utilizada nas mães - uma vez que a infecção ocorre via intra-uterina ou no momento do parto, em sua maioria -. Filhotes que receberam a imunização passiva (colostro) demonstraram melhor resistência à infecção, com diminuição da mortalidade.
A imunidade passiva adquirida através do colostro parece ser um fator fundamental para a sobrevivência de neonatos infectados. Filhotes que são amamentados por mães soronegativas desenvolvem doença multissistêmica grave e fatal pelo herpesvírus canino. Em contrapartida, filhotes que se amamentam de fêmeas soropositivas podem se infectar pelo vírus, mas costumam permanecer assintomáticos.
A Merial disponibiliza na Europa uma vacina inativada, liofilizada, obtida da cepa F205 do herpesvírus canino tipo 1, preparada com glicoproteínas enriquecidas, recomendada para utilização em cadelas 10 dias depois da cruza e novamente 6 semanas depois, antes do parto (EURICAN HERPES 205 - MERIAL Lyon, França). Esta vacina demonstrou excelente efeito quando os neonatos foram desafiados aos 3 dias de vida, sendo observada proteção contra a doença e na maioria dos casos (93,5% de 31 filhotes), contra a infecção viral.
São escassos os relatos comprovados de infecção pelo herpesvírus em canis no Brasil, não se justificando o registro e comercialização de vacinas. Em contrapartida, à medida que se publiquem casos confirmados, justifica-se a introdução da vacina em populações de cães susceptíveis, principalmente em canis comerciais.
Em novo post falaremos de Micoplasmose e TVT.
Fonte: Abrigo dos bichos; Canina Blog.
Postado por Kely V.S.S.
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